quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Sem se perturbar



Findava a tarde. A jovem, apressada, dirigia-se à estação tubo para apanhar a condução que a levaria para a faculdade.
Horário apertado. Saíra do trabalho e quase corria. À distância, viu o ônibus se aproximar e apressou o passo.
Entrou na estação tubo, pagou a passagem às pressas.
Mas, no exato momento em que se dispunha adentrar o ônibus, as portas se fecharam, com estrondo.
Pelo espelho da frente do veículo, ela pôde verificar o sorriso, que lhe pareceu de deboche, do motorista, como a dizer: Neste você não entra. Perdeu!
Ela se irritou e em voz alta, exclamou: Que maldade! Ele me viu. Não podia ter esperado um segundo?
Um rapaz, que vinha logo atrás, sorriu e falou: Não se estresse. Pense que logo virá outro ônibus.
Eu sei que logo virá outro. Acontece que cinco minutos a mais podem fazer com que eu chegue atrasada à aula. E tenho prova, no primeiro horário.
Ele continuou: Não se irrite. Vai dar tudo certo. Pense que virá outro ônibus, que não estará tão cheio quanto aquele. Que o motorista será mais gentil.
Consequentemente, sua viagem até o destino será muito mais agradável. Você chegará mais tranquila para a prova.
Ela olhou para o jovem, que continuava a sorrir, e disse: É, você tem toda razão.
Não tardou e apontou outro ônibus. As portas se abriram e ambos entraram.
Que legal, disse ela. Está mesmo quase vazio. Poderei ir sentada e acho que chegarei em tempo. Obrigada.
Cada qual procurou um assento e se acomodou. Enquanto a condução ia vencendo a distância, num contínuo parar, embarque e desembarque de passageiros, ela se pôs a pensar.
Nossa! Quase me estressei por nada. Bendito rapaz que me alertou, e conseguiu mudar meu humor.
Agora, vou chegar tranquila, em tempo. E estarei calma para fazer a prova. Bom seria que houvesse mais gente como ele.
Gente que nos acalma, que nos contagia com sua forma tranquila de falar e de encarar os fatos.

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Quantas vezes nos irritamos por bagatelas, por coisas pequenas.
Quantas vezes assinamos recibo pela grosseria do outro e acabamos estragando nossas horas seguintes.
Melhor mesmo é modificar nossa forma de pensar. Perdemos a condução? Não tem problema. Logo virá outra.
O temporal nos surpreendeu no meio do caminho? O melhor é procurar um abrigo e aguardar os ventos e a chuva amainarem.
Nada na face da Terra é para sempre. Tudo é impermanente.
O dia sucede a noite escura. As estrelas brilham nos céus quando o sol se põe no horizonte e a lua chega, mostrando a sua cara redonda.
O calor inclemente é vencido pelos ventos e pela chuva.
O frio terrível é substituído pela estação primaveril, que traz o renascer das cores e dos perfumes.
Nada é definitivo neste planeta. Nem a própria vida.
Impermanente. Hoje estamos aqui, amanhã, poderemos estar em outras bandas.
Ou talvez já ter migrado para a Espiritualidade. Quem pode saber?
Somente Deus!
Por isso, vivamos cada minuto em totalidade e não nos desgastemos por coisas tolas, que têm duração efêmera, que logo passam.
Pensemos nisso. E vivamos mais tranquilos, menos nervosos, mais felizes.

Redação do Momento Espírita.
Em 15.6.2016.

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