quarta-feira, 9 de março de 2016

Maratonistas da vida




Foi em torno do ano 2.500 a.C., que os gregos idealizaram festivais esportivos, em homenagem a Zeus, no santuário de Olímpia, o que originou o termo Olimpíada.
O evento era tão importante que interrompia até as guerras em andamento.
O vencedor recebia uma coroa de louro ou de folhas de oliveira.
A primeira Olimpíada da Era Moderna aconteceu em 1896, em Atenas, com a participação de quatorze países.
As Olimpíadas, que acontecem a cada quatro anos, registram sempre algum fato marcante.
Não foi diferente no evento de 1984, em Los Angeles. Pela primeira vez, foi incluída a maratona para mulheres.
Se os jogos primaram pela organização e a cerimônia de abertura, com desfiles e música executados com perfeição por centenas de participantes, uma mulher atraiu os olhares do mundo inteiro.
É possível que poucos recordem de quem levou o ouro olímpico na maratona feminina. Contudo, inesquecível a cena da suíça Gabriele Andersen Scheiss, chegando ao estádio, cambaleando, muito tempo depois da vencedora ter sido ovacionada.
Demonstrando extremo cansaço, parecendo desnorteada, ela não corria, andava e com dificuldade. Pendia para um lado e para o outro.
Uma mulher magra, uma figura estranha naquele modo de andar, que demonstrava estar sentindo intensas dores. Estranha, mas determinada a alcançar o seu propósito.
Do lado de fora da pista, acompanhando-a passo a passo, prontos a ampará-la, caso caísse, dois juízes.
Estavam ali mas, não poderiam intervir, pois isso a desclassificaria.
O estádio ficou em silêncio, ante a cena inusitada. Depois, com palmas ritmadas, como a marcar cada passo, passou a incentivar Gabriele. Ela não desistiu.
Concluiu os derradeiros cem metros em cinco minutos e quarenta e quatro segundos e ficou em trigésimo sétimo lugar.
Contudo, a ovação que recebeu foi enorme. Ao dar o último passo, antes de tombar, foi amparada pelos monitores da prova.
Ela não conseguiu nenhuma medalha mas venceu o desafio a que se propusera: chegar ao final.

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Na vida, como na maratona, um propósito deve nos mover: concluir, realizar todo o percurso, com honra, mesmo que chegando estropiados, com dores no corpo e na alma.
Todos nascemos e renascemos para sermos vencedores. Ninguém vem ao mundo para ser um perdedor, para desistir da luta.
Os que alcançam essa vitória, os que passam pelas provas, que as vencem, mesmo chegando cambaleantes, são chamados completistas.
Quando, após a morte física, chegam ao mundo espiritual, são ovacionados como Gabriele o foi, naquele distante dia de 1984.
Como ela, nos metros finais, poderemos estar cansados, com cãibras na alma de tantas dores suportadas. Ao nosso lado, vibrando, insuflando-nos bom ânimo, nossos anjos de guarda, nossos amigos espirituais.
Estão ali, prontos a nos amparar, caso venhamos a sucumbir, mas sem interferir diretamente, porque o mérito da batalha vencida deve ser exclusivamente nosso.
Pensemos nisso e como Gabriele, não desistamos. Lutemos, perseveremos.
Pensemos: se as dores são muito intensas, é sinal de que o final está próximo. Muito próximo.
E a vitória nos pertencerá.
Vamos. Mais um passo. Sejamos vencedores na maratona da vida.
Nossos amores esperam isso. O Pai Celestial tem certeza disso. Prossigamos. Só mais um passo. Hoje. Agora.

Redação do Momento Espírita.
Em 8.3.2016.

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