segunda-feira, 18 de março de 2013

Animal de estimação x Bebê


Até a chegada do primeiro filho, o animal de estimação era o centro das atenções. De repente, o bebê passa a ser alvo de todos os mimos e carinho, e o bichinho de estimação passa a ser colocado em segundo plano ou até mesmo negligenciado. Portanto, pequenas mudanças devem ser introduzidas antes mesmo da chegada do bebê, para que o bichinho não se sinta preterido.

“É importante lembrar que o animal estava antes do bebê, assim ele ou eles se ressentirão por não terem mais toda a atenção, isso não significa que esses indivíduos sejam de índole difícil ou mesmo temperamentais. É uma desestruturação em toda a dinâmica emocional da família”, alerta a médica veterinária e diretora do CETAC – Centro de Ensino e Treinamento em Anatomia e Cirurgia Veterinária, Elaine Pessuto, que já está preparando seus quatro cães e cinco gatos para a chegada do primeiro filho, em maio de 2013.

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E nem pensar em excluir o animal de estimação dos preparativos para a chegada do novo membro da família. Impedir completamente o acesso do animal ao futuro quarto do bebê, só vai gerar ainda mais curiosidade e ansiedade. Alguns animais podem fazer de tudo para tentar entrar no quarto da criança e quando conseguirem são capazes de fazer coisas somente para chamar a atenção, como urinar dentro do quartinho, destruir objetos ou móveis.

“Quando iniciamos os preparativos para receber o bebê, devemos fazer com que o animal participe do processo. Sei que a maioria das mães fica bastante preocupada com a questão da higiene e dos cuidados sanitários, mas é importante manter o animal vacinado, vermifugado e sempre de banho tomado, feito isso ele pode ter acesso aos espaços destinados ao bebê”, orienta.

O bichinho de estimação pode apresentar mudanças de comportamento desde o momento que percebe a gestação. “ Muitos animais notam que suas ‘mães’ ou tutoras estão diferentes, afinal durante a gestação nosso odor se altera, nossa forma física fica diferente e também nosso padrão vibratório. Alguns ficam mais arredios, outros mais curiosos e outros ainda mais apegados. É importante, nessa fase, manter o animal junto, recebendo carinhos e já mostrando que mudanças vão acontecer. Para animais que costumam deitar na barriga, tentar fazer com que eles percebam os movimentos do bebê e já dizer que o nenê está ali”, adverte.

Ciúmes, curiosidade, medo ou ainda agressividade são alguns dos diferentes tipos de comportamentos que os animais de estimação podem apresentar. De acordo com a dra. Elaine, existem diferentes métodos de abordagem para evitar que o animal fique com ciúmes. “O importante é nunca fazer do fato um evento, ou seja, a abordagem deve ser o mais natural possível para evitar traumas e situações estressantes”, destaca.

Para evitar que animal se sinta preterido e fique ressentido com a chegada da criança é importante fazê-lo entender que a família vai ganhar um novo membro e não um concorrente, alguém que vai roubar o seu lugar. “Quando o bebê ainda estiver na maternidade, o pai deve levar para casa uma peça de roupa usada pelo bebê e entregar para o cão ou gato, para que o animalzinho sinta o cheiro, assim quando a criança chegar já terá seu cheiro reconhecido”, recomenda.

Após a introdução, o próximo passo é preparar o pet para receber seu novo irmãozinho ou irmãzinha. “Ao entrar com o bebê, apresente a criança, se abaixe na altura do cão e deixe que o animal o cheire, comece pelo pezinho e vá identificando a reação do animal, se ela for positiva permita que ele vá cheirando cada vez mais. Depois disso leve o bebê para o quarto e chame o cão, com palavras em tom carinhoso explique que este é um ‘irmãozinho (a)’ e que ali é o lugar dele”, aconselha.

Outra dica valiosa, durante o processo de adaptação, é associar a criança a situações agradáveis. “Quando notar que o cão ficou triste, pois espera uma atenção que não teve, o chame para participar. Ao amamentar, por exemplo, coloque o cão próximo e traga um brinquedo ou petisco para esse momento, assim enquanto a mãe amamenta o seu bebê, o cão estará feliz com a atenção e associará positivamente”, sugere.

Para animais muito ansiosos, ciumentos ou possessivos, é recomendado entrar em contato e conversar com o veterinário de confiança, pois existem diferentes tratamentos alternativos com associação de florais e fitoterápicos para preparar o animal para essas mudanças.

Se em algum momento algo inesperado ocorrer, como o animal latir, rosnar e até tentar avançar na criança, é importante manter a calma conforme alerta a dra. Elaine. “Obviamente retire a criança do alcance do animal em caso de tentativa de agressão, mas se foi um latido, repreenda sem gritar, diga que isso assusta o bebê e tente fazer associações positivas, com o uso de petiscos ou brinquedos que devem ser associados ao bebê e não ao adulto envolvido. Devemos evitar as reações exageradas, como por exemplo, gritos, sustos, medos exacerbados porque os animais percebem essas reações e vão agir com insegurança e no caso dos dominantes vão tentar se sobrepor, é importante manter sempre a tranquilidade e a naturalidade”, adverte.

Manter a rotina do animal também faz parte do processo de introdução do bebê, ou seja, evite mudar hábitos como a frequencia de passeios e brincadeiras. “A rotina do cão deve ser mantida, sei que tudo muda ou no mínimo se altera, mas é importante lembrar que toda e qualquer mudança gera ansiedade e estresse e o cão pode exacerbar essa vibração de forma negativa”, finaliza.

Dra. Elaine Pessuto – CRMV 20060
CETAC – Centro de Ensino e Treinamento em Anatomia e Cirurgia Veterinária
Rua Castro Alves, nº 284 – Aclimação
Tel.: (11) 2305-8666
www.cetacvet.com.br

Fonte: http://blogs.jovempan.uol.com.br/petrede/animal-de-estimacao-x-bebe/#.UUXRdxmw4vo

6 comentários:

  1. Lembro de uma situação muito engraçada quando trocava a fralda da minha primeira filha, em cima da minha cama, o gato estava ao lado acompanhando todo o processo. Assim que eu retirei a fralda suja e deixei de lado ele cheirou e em seguida fez como se "enterrasse" a fralda na coberta, eu lembro e dou risada até hoje!
    Acho que ele estava me ajudando a cuidar do bebê!Rsrs.

    Bjks

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    1. Kakakakaka que lindo amiga!!!!
      Sabe, eles são o máximo mesmo.
      Eu não tenho nenhuma criança aqui em casa, fora os três é claro, mas acredito que seu gatinho estava ajudando mesmo rs
      Beijos

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  2. Uma boa matéria, bem interessante mesmo. Bom, eu sou à favor de ter esta ligação, animais e humanos. Mas existem pessoas que querem mais é distância destes seres queridos. Vilson, recebeste o meu email? Beijos com carinho!!

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    1. Amiga, dependendo de quem for, é melhor ficar longe mesmo... rs
      Se for para judiar ou não cuidar direito, é melhor ficar longe...
      Custo a dizer isso, mas a mãe de meu pai, tinha um cachorro no pomar dela, que ficou preso a vida toda numa corrente de ferro...
      Ele era bravo, não gostava de ninguém, mas eu fui teimoso e consegui ganhar a confiança dele.
      Toda vez que ia na casa de minha avó, eu ia lá ficar brincando com ele...
      Por isso eu acho que exitem pessoas que não deveriam ter animais...
      Beijos

      Sim, recebi, só não pude responder ainda...

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  3. Amigo vim matar a saudade.
    E deixar meu beijinho de lavanda especial para você.
    Lua

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